Não matarás. Êxodo 20:13.

A morte revela a mais perversa face do mal – reportagem da revista Veja, diante da escalada da violência (O Mal – uma investigação filosófica, psicológica, religiosa e histórica sobre as origens da perversidade humana. Veja. 9 de abril de 2008). Mas qual é a responsabilidade da própria mídia no que se refere à banalização da vida? Qual o valor que você dá à vida?

Na mídia, a morte é transformada em ficção. A violência – buscas explosivas, invasões, infidelidade – encontra a família sentada frente à Tv. Ninguém reclama, é um filme. Adultos e crianças, religiosos ou descrentes, diante de filmes de suspense e ação. Nosso entretenimento, a diversão entre família, por vezes, é a celebração da morte – conspirações, mortes instantâneas e aos milhares. As imagens do mal não arrombam portas, são convidadas a entrar. E entram. Passam das locadoras à tela televisiva, aos olhos atentos de crianças, jovens e seus pais. Entram. Entre pipocas e sorrisos, as cenas de sangue alcançam a mente e já não causam horror. Divertem. Instauram a insensibilidade pública – caminho aberto para mais violência.

Se não parece real, se é um filme, o mal pode ser visto? Quais as conseqüências que as cenas de violências diversas nos trazem? O sagrado é a vida, e ela é reduzida à insignificância em filmes, games, telejornais, mídia impressa, internet e clipes musicais. Imersos nas cenas diárias, há um risco maior – perdermos a capacidade de celebrar a vida. Achamos normal aquilo que fere. Aceitamos, sem reflexão, imagens e relatos mortais, apenas para nos entreter.

Desde 1960, países da Europa, América do Norte e Ásia, realizam pesquisas sobre a violência na mídia e seus efeitos. Só nos EUA foram feitos mais de mil estudos. As conclusões têm um ponto em comum: a violência midiática representa uma ameaça a vários aspectos da vida. Mas o que essa constatação tem a ver com a ordem bíblica “não matarás”?

Em 2002, foi publicado na revista Science os resultados de uma pesquisa sobre adolescentes e adultos jovens expostos diariamente às cenas de violência na TV. Durante 30 anos, 707 famílias foram acompanhadas. Os pesquisadores concluíram: quanto maior o número de horas diárias dedicadas a assistir à Tv, mais freqüente a prática de crimes violentos, independente da idade. “Entre adolescentes e adultos jovens expostos à TV por mais de três horas por dia, a probabilidade de praticar atos violentos contra terceiros aumentou cinco vezes em relação aos que assistiam durante menos de uma hora”, revela o médico Dráuzio Varella.

A morte está, como nunca antes, presente. Sob nosso consentimento. A ficção não apenas apresenta cenas de morte, mas comprovadamente induz, crianças ou adultos, à violência. Talvez não seja possível controlar o número de policiais nas ruas, mas temos o dever de guardar a própria mente. Quem dá valor a vida, não se diverte com a violência.

A Bíblia lança a pergunta: quem habitará no céu? A resposta nos chama à responsabilidade diante da mídia e suas violências: "...o que tapa os ouvidos, para não ouvir falar de homicídios, e fecha os olhos, para não ver o mal, este habitará nas alturas...Os teus olhos verão o rei na sua formosura" (Isaías 33:15). Para ver Jesus é preciso deixar de lado as imagens que ferem.

Leia mais sobre a relação entre mídia e violência:

1. Violência na TV e comportamento agressivo.

Autor: Dráuzio Varella. http://drauziovarella.ig.com.br/artigos/violencia.asp
2. Videogame e TV... Socorro! Autora: Lidia Weber.
http://www2.uol.com.br/aprendiz/n_colunas/coluna_livre/id180201.htm
3. A violência na mídia como tema da área da saúde pública: revisão da literatura.
http://br.monografias.com/trabalhos2/violencia-midia-tema/violencia-midia-tema.shtml
4. A violência urbana e o papel da mídia na concepção de professoras do ensino fundamental. Autoras: Marilena Ristum e Ana Cecília de Sousa Bastos.
http://sites.ffclrp.usp.br/paideia/artigos/26/06.htm

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